As tarifas impostas pelos Estados Unidos a parceiros comerciais da América do Sul começam a valer a partir do dia 7 de agosto de 2025, e o Brasil aparece como o país que receberá a maior sobretaxa, chegando a 50% sobre produtos brasileiros. Já a Argentina, vizinha sul-americana, será beneficiada com uma tarifa muito menor, entre 10% e 15%, ganhando assim uma possível vantagem competitiva no comércio com os EUA.

Brasil e EUA: tarifa máxima como reflexo de tensões políticas

A tarifa de 50% aplicada pelo governo Donald Trump ao Brasil ultrapassa o piso mínimo de 10%, usado para países com superávit comercial para os EUA, e o teto anunciado é uma resposta direta às disputas políticas entre os dois países. O decreto presidencial acusa o governo brasileiro de ameaças à segurança, interferências econômicas e violações de direitos humanos, agravando a relação diplomática.

Além disso, ações recentes como a revogação de vistos e sanções financeiras contra autoridades brasileiras reforçam o clima de tensão.

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Argentina com tarifas menores e alinhamento com os EUA

Enquanto o Brasil enfrenta a sobretaxa máxima, a Argentina mantém tarifas mais baixas de 10% a 15%. Isso reflete o alinhamento político do governo argentino, liderado por Javier Milei, que tem estreitado laços com os EUA e adotado políticas comerciais e ideológicas próximas às de Trump.

Essa posição permite que a Argentina aproveite o cenário para se destacar no comércio exterior e atraia investimentos, inclusive oferecendo cidadania a grandes investidores estrangeiros.

Impactos para o comércio e a economia brasileira

Com a sobretaxa de 50%, produtos brasileiros terão um custo maior para entrar no mercado americano, o que pode prejudicar setores exportadores, aumentar dificuldades para redirecionar vendas e afetar a balança comercial do país.

Especialistas alertam para um possível caos no setor produtivo caso a tensão entre Brasil e EUA continue escalando, tornando essencial a busca por alternativas comerciais e diplomáticas.

O cenário sul-americano diante das novas tarifas

A disparidade nas tarifas criadas pelos EUA cria um cenário competitivo desigual entre Brasil e Argentina, com impactos diretos na dinâmica regional do Mercosul e nas relações internacionais.

A Argentina, com tarifa mais baixa, pode capturar fatias maiores do mercado americano, enquanto o Brasil terá que lidar com barreiras mais severas e possíveis prejuízos econômicos.