O Agosto Lilás é um mês dedicado à conscientização sobre todas as formas de violência contra a mulher, reforçando a importância da informação, do acolhimento e do combate à impunidade. A campanha também visa fortalecer redes de apoio e divulgar os principais canais de denúncia e proteção às vítimas.

Esse movimento ganhou força por marcar a data em que foi sancionada a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), um marco histórico no enfrentamento à violência doméstica e familiar no Brasil. A legislação passou a reconhecer diferentes formas de agressão — física, psicológica, moral, sexual e patrimonial — e criou medidas protetivas importantes para a preservação da vida e dignidade das mulheres.

Violência contra a mulher: uma realidade alarmante no Brasil

Apesar dos avanços legais, a violência de gênero ainda é uma realidade grave e persistente. Só em 2024, o país registrou 1.450 feminicídios — o maior número desde que o crime foi tipificado. Em média, quatro mulheres são mortas por dia no Brasil simplesmente por serem mulheres.

No entanto, os números da violência vão além dos casos fatais. A pesquisa “Visível e Invisível”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que milhões de brasileiras sofrem agressões diariamente: verbais, físicas, patrimoniais ou sexuais. Muitas delas vivem esse ciclo de abuso em silêncio, sem acesso à informação ou apoio, principalmente mulheres negras, periféricas e em situação de vulnerabilidade.

Tipos de violência previstos pela Lei Maria da Penha

A lei reconhece diferentes formas de violência doméstica e familiar contra a mulher. Conhecer essas definições é fundamental para identificar e romper o ciclo de abuso:


  • Violência física: agressões, empurrões, tapas, socos e lesões visíveis
  • Violência psicológica: ameaças, chantagens, humilhações, controle de comportamento ou isolamento
  • Violência moral: calúnia, difamação, xingamentos e ataques à reputação
  • Violência sexual: estupro, coerção ou obrigação de práticas sexuais sem consentimento
  • Violência patrimonial: destruição ou retenção de documentos, bens, dinheiro, cartões ou controle financeiro da vítima

Muitas dessas formas de violência não deixam marcas no corpo, mas causam danos profundos e duradouros à saúde mental e emocional.

Por que o Agosto Lilás é tão necessário?

A campanha Agosto Lilás tem objetivos claros e urgentes:


  • Informar mulheres sobre seus direitos e recursos legais disponíveis
  • Desconstruir padrões abusivos que são muitas vezes naturalizados
  • Estimular a denúncia e fortalecer a rede de acolhimento
  • Mobilizar a sociedade a não se calar diante da violência

A violência contra a mulher não é uma questão privada, é uma urgência social que exige envolvimento de todos. Romper o silêncio salva-vidas.

Onde e como buscar ajuda?

Se você está em situação de violência, ou conhece alguém que esteja, não se cale. Existem canais confiáveis e acolhedores que podem ajudar:


  • Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher (funciona 24 horas, gratuito e sigiloso)
  • Delegacia da Mulher – especializada no atendimento a vítimas de violência de gênero
  • CRAS e CREAS – Centros de Referência em Assistência Social com apoio psicológico e jurídico
  • Defensorias Públicas – assistência legal gratuita para mulheres em situação de risco

Agosto Lilás é mais que campanha: é resistência, é proteção, é transformação

O Agosto Lilás é um convite à mudança. É o chamado para que cada um de nós reconheça os sinais da violência, escute sem julgar e apoie com empatia. É um mês para lembrar que nenhuma mulher deve viver com medo, culpa ou vergonha.

A construção de uma sociedade mais justa, igualitária e segura para todas começa pelo respeito, pela informação e pela ação coletiva.