Uma nova vacina contra o câncer apresentou resultados positivos em pacientes com tumores no pâncreas e na região colorretal, segundo pesquisa publicada neste mês na revista Nature Medicine. O imunizante foi capaz de gerar respostas imunológicas duradouras, podendo atuar tanto na prevenção quanto na redução de recorrência em pacientes de alto risco.

O estudo, conduzido por pesquisadores do Health Jonsson Comprehensive Cancer Center, da Universidade da Califórnia – Los Angeles (UCLA), mostrou que a vacina pode ser eficaz contra mutações no gene KRAS, presentes em cerca de 25% dos tumores sólidos, incluindo 90% dos cânceres de pâncreas e 50% dos cânceres colorretais.

Leia Mais: Hospital Regional do Alto Vale terá serviço de radioterapia em Rio do Sul


Sobrevida dos pacientes

Após um acompanhamento médio de 19,7 meses, os resultados apontaram:

Sobrevida livre de recidiva: 16,33 meses

Sobrevida global mediana: 28,94 meses

Ambos os índices superaram taxas históricas de pacientes com o mesmo perfil clínico.

“Este é um avanço empolgante para pacientes com cânceres induzidos por KRAS, particularmente câncer de pâncreas, onde a recorrência após o tratamento padrão é quase certa”, afirmou Zev Wainberg, primeiro autor do estudo e professor da Escola de Medicina David Geffen, da UCLA.

Diferencial da vacina

A vacina testada, chamada ELI-002 2P, é diferente das versões personalizadas que vêm sendo estudadas. Ela é considerada uma vacina “pronta para uso”, capaz de estimular o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas de forma mais ampla.

O imunizante utiliza tecnologia anfifílica desenvolvida pela Elicio Therapeutics, que transporta antígenos diretamente para os gânglios linfáticos, estruturas fundamentais na ativação de respostas imunes.

Como foi feito o estudo

Participaram do ensaio clínico de fase 1 20 pacientes com adenocarcinoma ductal pancreático e cinco com câncer colorretal, todos submetidos à cirurgia e com sinais de doença residual mínima ou traços de DNA tumoral no sangue.

Cada paciente recebeu uma série de injeções da vacina. Os resultados mostraram que:


84% dos pacientes desenvolveram células T específicas contra mutações KRAS.

24% tiveram biomarcadores tumorais eliminados.

67% desenvolveram respostas imunes adicionais a outras mutações, sugerindo potencial de proteção mais abrangente.

Próximos passos

Os pesquisadores destacam que o direcionamento ao gene KRAS é um dos maiores desafios no tratamento do câncer. Segundo Wainberg, a ELI-002 2P demonstrou capacidade de treinar o sistema imunológico de forma segura e eficaz, com possibilidade de tornar-se uma nova alternativa no futuro.

Agora, os cientistas seguirão para a fase 2 dos testes clínicos, que deverá avaliar a eficácia da vacina em um número maior de pacientes.

Fonte: CNN



Siga-nos no