Na noite de segunda-feira (28), pescadores da Praia do Cardoso, em Laguna, no Litoral Sul de Santa Catarina, viveram momentos de tensão por conta da força do mar. A região foi diretamente impactada por um ciclone extratropical, fenômeno que provocou maré alta e ventos intensos, obrigando uma ação de emergência para proteger embarcações.

Maré alta invade ranchos de pesca e ameaça sustento de famílias

Os ranchos de pesca — estruturas simples, localizadas à beira-mar, onde pescadores guardam barcos e equipamentos — foram atingidos com violência pelas ondas. Para evitar perdas, algumas paredes precisaram ser quebradas com marretas e portas dos fundos removidas com a ajuda de caminhonetes.

Segundo Karoline Martins, coordenadora da Defesa Civil de Laguna, o trabalho contou com o apoio das defesas civis de Jaguaruna e da região, além da ajuda de moradores. A ação rápida garantiu a retirada de oito embarcações que corriam risco de serem destruídas.



“Foi uma verdadeira corrida contra o tempo. Todos se uniram para salvar os barcos, que representam o sustento direto de dezenas de famílias da comunidade”, relatou Karoline.


Imagens mostram força do mar na Praia do Cardoso

As cenas impressionantes foram registradas por João Baiuka, surfista e morador local. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver o mar batendo com força contra os ranchos, sob o som constante do vento. “O mar é um monstro”, disse Baiuka, descrevendo a violência da água.

Comunidade do Farol de Santa Marta sofre com prejuízos

Apesar de todas as embarcações terem sido salvas, houve danos nas estruturas dos ranchos. Em alguns casos, onde não foi possível acessar a parte traseira com veículos, os pescadores improvisaram barreiras nas portas na esperança de que o mar recuasse a tempo.

A pesca artesanal é uma das principais atividades econômicas da comunidade do Farol de Santa Marta. Qualquer dano aos equipamentos representa um impacto direto na renda das famílias.

Ciclone extratropical segue influenciando o tempo no estado

O ciclone que atingiu a costa de Santa Catarina é classificado como extratropical — um sistema de baixa pressão que se forma em latitudes médias, provocado pelo contraste de massas de ar quente e frio. Mesmo com o afastamento do fenômeno, os reflexos continuam sendo sentidos.

A Defesa Civil alertou para ondas de até 6 metros em alto mar e rajadas de vento que, em alguns pontos do estado, ultrapassaram os 100 km/h. As condições climáticas causaram quedas de árvores, danos em redes elétricas e transtornos no trânsito em diferentes regiões catarinenses.